sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nós os Sensíveis

Nós os Sensíveis,

Temos a luz brilhando
Dentro de nós.
A nossa sabedoria muitas vezes
Pode ser confundida com a loucura
Por pessoas de mentira.
Por aquelas pessoas que vivem presas
A um mundo automático.
Nós, os sentimentais,
Os alquimistas,
Os arrependidos pelos erros,
Os filhos amados que foram deixados pra trás num deserto,
Os que têm fé inabalável,
Os sonhadores,
Os loucos de amor
Muitas vezes
Já fomos considerados
As ovelhas negras da família.
Mas os nossos sentimentos
Profundos como o mar
Nos transformaram aos poucos
Em cordeiros mansos
Que pastam felizes pelos campos verdes.
Dentro de nós ardem paixões interiores
Capazes de derreter qualquer geleira.
Nós já morremos incontáveis vezes
Já renascemos outras tantas mais fortes
Mais determinados em encontrar a nossa felicidade.
Nós, os sensíveis
Somos invencíveis pelas lágrimas
E imbatíveis pelo sorriso.
Muitos de nós, os sensíveis,
Carregam na alma e até no corpo,
Marcas da nossa paixão pela vida.
Do mais fraco ao mais forte,
Do mais bonito ao mais feio
Não somos medidos pela nossa formosura
Ou pela grandeza do nosso corpo.
Somos admirados
Pelo poder do nosso coração,
Pela força que emanamos
De dentro de nosso olhar.
E as pessoas de mentira
Ficam sem entender
Como nós, os sensíveis
Conseguimos ter tanto poder.
Nós, os sensíveis
Estamos aqui para fazer a diferença.
Ninguém nos conhece pela superfície
Mas pela profundidade
De nossos bons pensamentos.
Não somos santos
Mas somos anjos
Não somos perfeitos
Mas é na nossa imperfeição
Que mostramos nossas maiores virtudes.
Não é pela casca
Que queremos ser conhecidos.
Queremos um relacionamento íntimo
Com tudo e com todos que nos cercam.
Podemos errar, fracassar em quase tudo
Mas jamais fracassaremos
Como seres humanos.
Somos árvores
Que darão boas sementes.
Somos incompreendidos,
Chegamos mesmo a ser odiados
Porque muitas vezes
Não sabemos expressar
Quem somos de verdade
Diamantes brutos
Que precisam de muito tempo
Para brilhar.
Mesmo sozinhos, abandonados,
Se nossos amados se foram para outro mundo,
Quatro querubins nos guardam
Norte, Sul, Leste e Oeste!
Estamos guardados
Debaixo das asas desses querubins
E nenhum mal cairá sobre nós.
Ainda que o nosso corpo envelheça e fique doente
Nada pode tocar o coração de um sensível
Senão a mão do Supremo Criador.
Nós, os sensíveis
Mesmo de longe
Nos juntamos em espírito num coral
Para cantar uma canção que curará
Toda e qualquer pessoa de mentira.
Por alguns instantes
O mundo parará
Para ouvir o nosso canto
E se apaziguará.
Por alguns poucos momentos
As pessoas se olharão
Umas para as outras
E reconhecerão nelas
Seus próprios irmãos.
E por alguns momentos
Elas também vão ser sensíveis como nós
Quando perceberem
Que no rosto do outro
Está o espelho de sua própria face.
Nós, os sensíveis
Temos o dom de sentir
O que os outros sentem,
De traduzir seus pensamentos.
Frequentemente
Nos confundem com outras pessoas
Porque nosso coração capta
O que outros corações transmitem.
Nós somos uma brasa viva
No meio da neve
Ou um oásis
No meio do deserto.
Estamos aqui
Para mostrar aos outros
Que a alma existe
Que a matéria passará.
Que temos vida para todo o sempre.
Somos dono da sabedoria universal.
Acreditamos em Deus
Comum a todos seres humanos.
Deus que habita todas as religiões.
Num abraço do sensível
Está a graça do Universo.
Nós os sensíveis
Somos os mensageiros da eternidade.


Texto: André Luiz Aquino


Um comentário:

Nessundorma disse...

É de uma satisfação maravilhosa, de uma emoção quase indescritível ver algo que escrevemos assim com tanto carinho,muito obrigado, um abraço apertado!
André Luis Aquino
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br